Por Adelmo Rocha | 28/10/2025. Brasília, 28 de utubro de 2025 – As negociações
entre Lula e Trump, iniciadas após a reunião na ASEAN (26/10), levantam uma
questão crucial: Lula cederá às expectativas de Trump, oferecendo anistia a
Jair Bolsonaro para suspender tarifas e sanções? Como apresentado no artigo anterior,
Lula utiliza a crise como ferramenta política. Mas estaria agindo movido por
vingança contra o “povo ingrato” ou pelo pragmatismo necessário ao contexto?
O Contexto da Anistia
Bolsonaro, atualmente inelegível até 2030 e usando tornozeleira eletrônica, é
alvo de múltiplos inquéritos no STF. Durante a Assembleia da ONU
(setembro/2025), Trump sugeriu que as sanções contra Alexandre de Moraes
poderiam ser suspensas caso houvesse “imparcialidade” judicial no Brasil. Lula,
em visita à Malásia, pediu trégua temporária: “Queremos negociar sem pressões”
(Vieira, G1). No X, @FlavioBolsonaro (27/10) reagiu: “Lula quer manter meu pai
preso para 2026”.
Vingança ou Estratégia?
Embora Lula mantenha aprovação de 50% (Quaest), pode optar por resistir à
anistia como forma de enfraquecer a direita. Contudo, as tarifas — que elevaram
o preço do café em 15% — já pressionam as classes C/D, principal base eleitoral
do presidente. Um acordo internacional pode salvar a economia, mas também
fortalecer Bolsonaro, que hoje empata tecnicamente com Lula (42%, Paraná).
O Papel do Centrão
O Centrão, dispondo de R$ 97 bilhões em emendas, pode ser decisivo ao
pressionar por uma anistia parcial em troca de suporte político a Lula. “Sem
economia, não há 2026”, ponderou uma fonte do PP (UOL).
No próximo artigo: O Centrão, o “diabinho” da política —
salvará a economia ou Lula?

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